quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Não feche a Rio Branco

Uma péssima ideia do prefeito do Rio, Eduardo Paes, passou quase livre de críticas no início desse ano. Para simular um boulevard parisiense, ele pretendia fechar a maior parte da avenida Rio Branco, uma das principais do Centro, é larga, com fluxo de tráfego até bom para o volume de veículos que passam.

Se ninguém reclamou de um palpite claramente tão infeliz, hoje não falta quem dê pitaco sobre leis complexas e, por linhas tortas, imponha o sonho do prefeito de forma ainda mais tortuosa à população, sob o pretexto de um protesto contra o próprio Paes.

Desde as Jornadas de Junho – apelido cafona a eventos idem –, a Rio Branco já foi fechada ao menos 17 vezes, sem o calçadão e as árvores idealizadas pelo prefeito. Os adereços são de vidro (estilhaçado), pedras e fogo em lixeiras (além de tudo, são porcos).

O pano de fundo da vez é o Plano de Cargos e Salários dos professores da rede municipal. Todos os manifestantes que o atacam o estudaram a fundo. Os vereadores que aprovaram o plano foram eleitos, mas os protestantes é que representam “o” povo – não os votos de cada um. A violência parte sempre e só da PM, criticada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), futuro rival de Cabral, parceiro de Paes, pelo Governo estadual em 2014 mas a motivação do ato não é política.

Com tantas máscaras cobrindo identidades reais, só espero que Paes desista. Não do plano – que, ao contrário dos ungidos militantes, teria que estudar muito mais para cravar “bom” ou “ruim” – mas de fechar a Rio Branco.

(Publicada hoje, 2 de outubro de 2013, no jornal Destak)

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